CINEMA
Anita & Garibaldi
Uma coprodução entre Brasil e Itália é evidenciada por uma falta de rumo da história de amor entre Giuseppe Garibaldi (Gabriel Braga Nunes) e Aninha, apelidada por ele de Anita (Ana Paula Arosio). Embora seja casada, a jovem se entrega ao amante italiano. Entre o romance e os fatos históricos ocorridos em Santa Catarina a partir de 1839, o roteiro patina e não chega a lugar nenhum. Restam a bela fotografia e uma caprichada recriação de época. Estreou em 6/12/2013.
Rua Frei Caneca, 569 - Consolação - São Paulo - SP - Tel.: (11) 3472 2359
Nacional
Sala 4
21h30
TEATRO
CONTRAÇÕES
Dá gosto ver Débora Falabella no palco. Estrela das novelas da Rede Globo, ela poderia desfrutar das férias na emissora dedicando-se a qualquer outra atividade, como boa parte de seus colegas costuma fazer. Mas Débora é uma atriz também de teatro e prefere estar no palco. Durante o mês de setembro, o seu Grupo 3, completado pela atriz e diretora Yara de Novaes e pelo diretor e pesquisador Gabriel Fontes Paiva, ocupou o Teatro Sérgio Cardoso com três espetáculos, A Serpente, O Continente Negro e O Amor e Outros Estranhos Rumores. A estreia da tragicomédiaContrações no Centro Cultural Banco do Brasil vai além de mostrar um trabalho inédito. Sob a direção de Grace Passô, a montagem do Grupo 3 traz para o público um bom espetáculo, apoiado em uma temática contemporânea, de opções estéticas arrojadas – algumas discutíveis – e de diálogo acessível ao público.
Escrito pelo inglês Mike Bartlett, o texto foi encenado por Zé Henrique de Paula sob o título de O Contrato em 2011. Se a leitura anterior privilegiava os diálogos sarcásticos e tinha o ator Sergio Mastropasqua e a atriz Renata Calmon como a dupla principal, a atual montagem foge de qualquer realismo para representar essa visão autoritária do mundo corporativo. O fato de ser protagonizado por duas mulheres, como manda o original, amplia as possibilidades de leituras, inclusive a do espelhamento entre as duas. Yara de Novaes interpretada a gerente linha-dura, que, um belo dia, faz um alerta para uma de suas funcionárias, a jovem e eficiente Emma (papel de Débora): não é permitida nenhuma relação sentimental ou sexual entre colegas de trabalho. Em sucessivos encontros, o abuso de poder e as tentativas de manipulação da superior em relação à empregada só tomam tintas mais fortes e, em situações que beiram o absurdo, a chefe testa até que ponto Emma é capaz de segurar o vale-tudo capitalista.
No bate-bola de interpretações, Débora é mais interiorizada e transmite as surpresas, raiva e abnegação da personagem. Ela investe no olhar e na transformação da postura e, aos poucos, vai ficando curvada e com os movimentos mais lentos. Em contrapartida, Yara esbanja uma intensidade crescente, principalmente por explorar mais a voz e reforçar o caráter amargo e a vilania da personagem. Contradições perde fôlego em propostas abstratas de direção – uma das marcas de Grace Passô –, como a ideia do prólogo e as excessivas cenas da personagem Emma tocando na bateria. Na primeira vez, fica evidente a boa sacada. Depois, é pura repetição. O equilíbrio das interpretações, no entanto, é o grande trunfo da encenação e prova que, mesmo em um palco vazio, o efeito não seria menor. Estreou em 19/10/2013. Prorrogado até 21/12/2013.
Escrito pelo inglês Mike Bartlett, o texto foi encenado por Zé Henrique de Paula sob o título de O Contrato em 2011. Se a leitura anterior privilegiava os diálogos sarcásticos e tinha o ator Sergio Mastropasqua e a atriz Renata Calmon como a dupla principal, a atual montagem foge de qualquer realismo para representar essa visão autoritária do mundo corporativo. O fato de ser protagonizado por duas mulheres, como manda o original, amplia as possibilidades de leituras, inclusive a do espelhamento entre as duas. Yara de Novaes interpretada a gerente linha-dura, que, um belo dia, faz um alerta para uma de suas funcionárias, a jovem e eficiente Emma (papel de Débora): não é permitida nenhuma relação sentimental ou sexual entre colegas de trabalho. Em sucessivos encontros, o abuso de poder e as tentativas de manipulação da superior em relação à empregada só tomam tintas mais fortes e, em situações que beiram o absurdo, a chefe testa até que ponto Emma é capaz de segurar o vale-tudo capitalista.
No bate-bola de interpretações, Débora é mais interiorizada e transmite as surpresas, raiva e abnegação da personagem. Ela investe no olhar e na transformação da postura e, aos poucos, vai ficando curvada e com os movimentos mais lentos. Em contrapartida, Yara esbanja uma intensidade crescente, principalmente por explorar mais a voz e reforçar o caráter amargo e a vilania da personagem. Contradições perde fôlego em propostas abstratas de direção – uma das marcas de Grace Passô –, como a ideia do prólogo e as excessivas cenas da personagem Emma tocando na bateria. Na primeira vez, fica evidente a boa sacada. Depois, é pura repetição. O equilíbrio das interpretações, no entanto, é o grande trunfo da encenação e prova que, mesmo em um palco vazio, o efeito não seria menor. Estreou em 19/10/2013. Prorrogado até 21/12/2013.
EXPOSIÇÕES
Mostra sobre Cazuza tem karaokê coletivo e objetos pessoais do cantor
Museu da Língua Portuguesa retrata ainda momentos importantes da música brasileira por meio de diversas instalações interativas
As poesias cantadas por Cazuza ganham formas e imagens no Museu da Língua Portuguesa. A exposição CAZUZA mostra sua cara ocupa todo o endereço - inclusive os banheiros - e leva o público a uma viagem interativa pela história do país por meio das músicas Ideologia e Exagerado, compostas pelo artista.
Com a curadoria do arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia, é a primeira vez que um músico no estilo de Cazuza recebe uma homenagem no espaço, onde já tiveram vez escritores como Fernando Pessoa, Machado de Assis e Clarice Lispector.
Os onze ambientes espalhados principalmente pelo primeiro andar são percorridos em cerca de 40 minutos. Logo na recepção, as paredes trazem imagens de rostos com frases do compositor. Encontram-se depois objetos pessoais, como tênis e camisetas, que remetem às manifestações populares que ocuparam as ruas do Brasil no mês de junho.
Durante os protestos, muitos cartazes continham citações do artista. Eles foram usados em um trecho da mostra apelidado pelos organizadores de "Cazuza black block", por conta de uma foto em que ele aparece com o rosto coberto. Estão ainda à disposição dos visitantes um karaokê - dois sucessos podem ser cantados no microfone, e um telefone que simula um bate-papo com Cazuza.
Ao fim, é possível escolher entre 42 trechos de músicas e tirar uma foto, que será mandada na hora para o e-mail de cada frequentador. As melhores imagens do dia serão coladas na parede, substituindo as demais. O serviço tem horário de funcionamento, das 11h às 14h e das 14h30 às 17h.
DEZ BONS MOTIVOS PARA VOCÊ IR A EXPOSIÇÃO SOBRE CAZUZA
1 - É uma grande oportunidade para mergulhar no universo despojado, poético e político do cantor;
2 - Além da vida do músico, são retratados diversos momentos e estilos da música brasileira a partir dos anos 1930;
2 - É possível ver de perto alguns objetos pessoais de Cazuza, incluindo os clássicos óculos escuros e a bandana. Tudo direto do arquivo pessoal de sua mãe, Lucinha Araújo;
3 - Uma sala simula como funciona o pensamento de um poeta, por meio de luzes e ruídos e de um corredor de espelhos com trechos de canções;
4 - E se houvesse como falar com o próprio Cazuza? Um telefone surpreende o público ao criar um bate-papo com o cantor;
5 - O karaokê com dois hits de Cazuza certamente fará sucesso entre os grupos de amigos mais desinibidos;
6 - Até os banheiros têm referências ao compositor, com projeções de shows e relatos de pessoas próximas a ele;
7 - O espaço Cazuza por Cazuza é composto por livros cenográficos gigantes. O visitante escolhe uma palavra-chave e assiste a um depoimento de Cazuza relacionado ao tema;
8 - Sua foto com uma frase do cantor pode fazer parte da mostra;
9 - Às terças, endereço fica aberto até as 22h e a entrada é gratuita. Aos sábados também é de graça e nos demais dias o ingresso sai por R$ 6,00 a inteira e R$ 3,00 a meia;
10 - Após o passeio, atravesse a avenida e faça um lanchinho na cafeteria daPinacoteca. Nos dias ensolarados, aproveite para conhecer o Parque da Luz, pertinho do museu.